quinta-feira, 24 de abril de 2008

O milho amarrado no chinelo, ou crônicas de um amor louco, ou tudo o que eu queria era ser um passarinho


Os milhos que querem andar pelo mundo, não tem recursos, nem pé de meia, nem pé. Sabe-se de um que juntou os trapos com uma chinela. Sem peso e sem culpa foram ser felizes em algum lugar longe das latinhas de milho, pés com frieira e passarinhos famintos. Chinelas precisam dos milhos também. Essa não queria ser mais uma chinela solta, sozinha, sem par e sem cabresto no mundo.
Foram felizes até que a chinela viu que o milho engordava e que sempre se debulhava, em lagrimas, ao lembrar do passarinho que comeu sem culpa, bateu asas e voou. Assim, o amor foi se decompondo. O milho também. A chinela de novo, antibiodegradavelmente, quedou sem eira nem beira. Os pés fora do chão, sem par.
moral da história
- e=mc²
-japonesas só havaianas
-não ha vantagens em ser biodegradável
-tudo o que eu queria era ser um passarinho
-arwen e aracorn
-preciso de um aldol
*baseada em fatos reais, produzida em co-autoria por Fares, Flora e Gustavo, que contaram com o incomensurável apoio moral de Kleverson.

sábado, 29 de março de 2008

De esperança

Gostaria, às vezes, de poder enterrar qualquer esperança, e assistir, frio, o passarinho verde a agonizar. Interessante como interpreta o homem o pequeno pássaro como a águia da salvação, a roca levantando os elefantes de desespero. Pena não ter ele a mesma leveza mitológica, a potência dos mais potentes concordes, e me deixe, ainda, aqui, em contato tão cru(el?) com o chão.
Em busca do vôo, de qualquer maneira.
(morre um pássaro verde, mas pelo jeito, multiplicam-se feito bactérias)

quarta-feira, 19 de março de 2008

Súplica em pele de pedido

Sinto-me às vezes como que frígido na minha relação com a vida. Nossa relação só me causa dor, o prazer e beleza da coisa, tão falado por todos, em livros, filmes, soa-me de longe como lenda. Digo, entretanto, que sei não ser minha vontade ainda experimentar a relação com o senhor seu Antônimo a Morte, seria relação incerta demais. Vou levando com a vida, mesmo, mas bem que ela podia um dia ou outro chegar com um rebolado novo, um agrado, uma cesta de flores. Vai aí a dica. Tomara que ela goste de ler blogs...

segunda-feira, 10 de março de 2008

Crises, coisas... tudo.

De crises e coisas, vivo (não vivemos todos?). Tento, então, qualquer coisa aqui aforismar. Posso dizer desde já que sou péssimo nos tais aforismos, e, portanto, talvez isso aqui não passe de frustrada, mas, penso, heróica tentativa de uma volta às letras. Às letras que tanto amo e que, sabem muitos, produziram em mim quantidade considerável de crises, e incomensuráveis efeitos no quesito visão das coisas. Tentar repartir qualquer pensamento, às vezes confuso, mais vezes ainda mais confuso.
(Penso em encerrar aqui, mas acho que espero qualquer coisa me bater à cabeça, qualquer aforismo escondido em algum neurônio mais fundo ou mais dorminhoco, uma esperança, até então vã, de mostrar a mim que posso escrever e que, mesmo que não acredite em tal, há algo de criatividade no meu cérebro que parece estar, no quesito supracitado, de leve apodrecido. Como disse, não sou grande na escrita, mas me batem ocasionalmente uns pensamentos que penso tão grandes e tão simples. Triste ter de subjugar-se à memória e suas falhas, o ser preso em si mesmo. Ser já é tão difícil... o limite só deixa tudo ainda mais parecido com uma corrente pesada atada ao pé, só me deixa mais análogo a uma ave de asas cortadas.)
Encerro aqui parênteses e texto com...

com...





Nada me vem.